CONDUÇÃO MOBILIDADE E SEGURANÇA PARA MAIORES DE 65 ANOS!

07-02-2014 15:30
É fundamental que as capacidades físicas e mentais dos condutores e peões não se 
encontrem afectadas para circular em segurança na via pública. 
Estas capacidades tendem a diminuir com o processo natural de envelhecimento. 
 
 
CAPACIDADES E SEGURANÇA NA VIA PÚBLICA 
 
  • Com a idade diminuem os reflexos, as capacidades auditivas, visuais, de raciocínio, 
de percepção, de atenção, de concentração, de mobilidade e de coordenação 
motora, bem como a capacidade de manobrar o veículo. 
 
  • Subjacente à perda destas capacidades está a diminuição da capacidade de 
previsão e antecipação do risco e o aumento do tempo de reacção. 
 
--Há que ponderar que o risco de acidente pode aumentar nesta faixa etária, quer 
por dificuldades, por vezes encontradas nestas idades quer pelo comportamento 
dos outros utentes da estrada. 
--Quando procedemos à caracterização da sinistralidade rodoviária nesta faixa etária, 
com base nos dados referentes ao somatório do triénio 2001-2003, face ao total 
dos condutores envolvidos em acidentes com vítimas sobressai que: 
- Nos veículos ligeiros, o peso percentual dos condutores intervenientes em 
acidentes com vítimas, vítimas mortais e feridos graves foi 5,6%, 10,5% e 
6,0%, respectivamente. 
- Nos ciclomotores, estes valores assumem ainda maior significância – 15,3% 
(intervenientes), 28,10% (vítimas mortais) e 16,6% (feridos graves). 
 
- A preponderância da doença súbita como causa provável dos acidentes – 
14,1% nos condutores de veículos ligeiros e 33,3% nos condutores de 
ciclomotores. 
Já no que respeita ao universo da população de peões vítimas, 42,3% das vítimas 
mortais e 32,0% dos feridos graves tinham idade igual ou superior a 65 anos. 
 
DOENÇAS CRÓNICAS 
--A capacidade para circular em segurança pode ver-se comprometida por situações 
de doença súbita e crónica quando descompensada, como sugerem os elevados 
índices estatísticos que se verificam na categoria ‘doença súbita’ enquanto causa 
provável de acidente neste grupo etário. 
 
--Algumas doenças crónicas e em especial as de carácter degenerativo e demencial 
têm um efeito debilitante ou incapacitante na mobilidade em geral e na condução 
em particular. 
 
--Se sofre de artrite reumatóide, epilepsia, diabetes, doença cardíaca e de 
hipertensão arterial, doença neurológica ou do foro mental, deverá tomar maiores 
precauções, devido às limitações que estas doenças provocam e aos efeitos dos 
medicamentos potenciarem ainda a perda natural de capacidades associadas à 
idade. 
 
MEDICAMENTOS 
--Deve tomar os medicamentos prescritos pelo seu médico respeitando as 
doses, os horários e o número de tomas. 
--Tenha em atenção que os efeitos dos medicamentos podem ser prejudiciais 
para a segurança rodoviária, especialmente quando se tomam vários em 
simultâneo, no início do tratamento e em idades mais avançadas. 
 
--Deve estar atento aos efeitos dos medicamentos para: 
„ insónias, doenças nervosas, problemas reumáticos, cardíacos e de tensão 
arterial e todos os que actuam a nível do sistema nervoso central 
(psicotrópicos) 
  • „ diabetes 
  • „ epilepsia 
  • „ dores 
  • „ alergias 
  • „ reumático 
  • „ tosse (xaropes) 
  • „ olhos (gotas ou pomadas) 
  • „ gripes 
  • „ anestesias 
-- Verifique sempre com o seu médico, farmacêutico ou através do folheto 
informativo que acompanha o medicamento, se os seus efeitos podem afectar a sua 
capacidade para circular na via pública em segurança, quer como condutor quer 
como peão. 
 
SINAIS DE ALERTA 
--Esteja atento aos seguintes sinais de alerta: 
„ perturbações da percepção, especialmente da audição e da visão, com 
especial realce para a visão nocturna e periférica, esta última muitas vezes 
comprometida também pela diminuição da amplitude de movimentos da 
cabeça e pescoço 
„ insegurança, hesitação ou tempo de reacção mais longo 
„ confusão mental, vertigens, náuseas, tonturas ou simples mal-estar 
„ dificuldade em pensar claramente ou em se concentrar 
„ tremores, alterações da mobilidade e da coordenação motora, movimentos 
involuntários 
„ fadiga, sonolência ou cansaço 
„ irritação ou agressividade 
„ excesso de confiança/perda da noção de perigo 
„ irregularidades na condução, variando entre velocidade lenta e rápida ou 
dificuldade de manter a trajectória. 
 
--Na ocorrência de algum destes sinais não conduza sem consultar o seu 
médico. 
 
 
ALIMENTAÇÃO 
--Refeições pesadas e com muitos hidratos de carbono provocam uma 
sensação de enfartamento, dificuldade de digestão e sonolência que podem 
dificultar as capacidades de reacção a eventuais perigos na via pública. 
 
--Não ingira bebidas alcoólicas porque o consumo de álcool aumenta estes 
efeitos, especialmente quando associado a medicamentos. 
 
 
REGRAS 
DE 
SEGURANÇA 
 
INDICAÇÕES PRÁTICAS 
 
„ --Circule na via pública apenas se sentir que pode fazê-lo em segurança. 
„ Se não conduz há algum tempo procure actualizar-se e preparar-se 
antes de voltar à estrada. 
„ --Não descure o uso de acessórios de segurança independentemente do 
percurso efectuado, uma vez que a susceptibilidade a lesões graves 
decorrentes de um eventual acidente é consideravelmente mais 
elevada. 
„ --Enquanto peão ou condutor evite situações que lhe dispersem a 
atenção, causem desconforto, desorientação ou insegurança. 
„ --Sobretudo como peão, não negligencie a importância de ver e ser visto. 
--„ Sempre que possível faça viagens curtas e planeadas, durante o dia, 
com velocidade moderada, estudando os percursos e utilizando 
preferencialmente caminhos conhecidos, com pouco tráfego e que não 
exijam manobras complexas. 
„ --Seja especialmente cuidadoso se tomar medicamentos, se conduzir 
após refeições pesadas, se ingerir álcool, se sentir sono, cansaço, dores 
ou mal estar. 
 
CONSULTE SEMPRE O SEU MÉDICO DE FAMÍLIA